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PORNOSUSPENSE – DIA

28 ago

 

PORNOSUSPENSE – DIA

Intervenção urbana do ERRO Grupo realizada em Curitiba no dia 10/06/2011.

Criação: ERRO Grupo
Atores: Juarez Nunes e Luana Raiter
Edição: Pedro Bennaton
Filmagem: Henrique Saidel
Técnico de som: Michel Marques
Participação especial: Cicciolina (Llona Staller)

Projeto Salsichão no Boquerão / Tainha na Prainha

 

El Gran Cabaret Porno in loco…

15 ago

“O espetáculo não é necessariamente um produto do desenvolvimento técnico do ponto de vista natural. A sociedade do espetáculo é, pelo contrário, uma formulação que escolhe o seu próprio conteúdo técnico. Que a libertinagem mais excessiva, mais renovada e crapulosa, longe de atemorizar-te, torne-se a base de tuas ocupações mais deleitosas: uma gravidez trai, estraga a cintura, não é boa sob nenhuma circunstância e por isso foder-se pelo cu é duplamente melhor.”

Guy Debord + Marquês de Sade

* Photo by Alessandra Haro

Lambe-lambe Action!

1 ago

As ações silenciosas para o SalsichãoTainha em Florianópolis, ocorridas entre 25 e 26 de julho e intituladas de El Gran Cabaret Porno contaram com a colagem de diversas imagens de cunho erótico/político produzidas pelos três integrantes da Companhia Silenciosa (em parceria com Alessandra Haro, sua fotógrafa oficial de quase uma década), e também com a tentativa de uma webtransmissão em tempo real para bate-papo sobre os modos de produção artística da Companhia, presença, cena e arte multimídia, tentativa essa que se mostrou falha devido a problemas com a recepção dos dados por parte dos participantes do chat, que ficaram impossibilitados de ver e ouvir as imagens enviadas direto do Restaurante Barracuda, na Lagoa da Conceição. El Gran Cabaret Porno simboliza a etapa atual em que se encontra o SalsichãoTainha para a Silenciosa, já imerso na temática do erotismo e da pornografia como vetores políticos inquestionáveis de possibilidade de expansão da presença cênica, atravessando mídias como o lambe-lambe e os sticks (adesivos de paredes), modalidade de arte de rua contemporânea que consiste em low-tech de impressão e colagem de material artístico em espaços públicos urbanos, no caso os cartografados na primeira viagem da Companhia para a ilha de Florianópolis em fevereiro deste ano.

Influenciados pela segunda passagem do ERRO Grupo por Curitiba em junho último — com seu PORNOSUSPENSE — os integrantes da Silenciosa decidiram produzir imagens fixas e intercambiantes a serem dissipadas, engolidas e antropofagizadas em pixels famintos pela capital catarinense na madrugada da segunda-feira 25 para terça-feira 26, capital essa obrigada a lidar na manhã seguinte com a sugestão sexual inexorável e silenciosa impressa em seus postes, paredes, placas, pontes, túneis, muros e vitrines. Essas ações contaram com a participação do olhar do espectador e suas subsequentes reações para que lhes fossem impressas também realidade, valor e análise social. Ações que, se não legais jurídica e/ou penalmente, são ao menos muito legais artística e politicamente: como formato de manifesto para a liberdade de expressão em tempos de repressão sexual e artística no país. El Gran Cabaret Porno investiga características e aspectos essenciais da política de opressão social, estatal e global exercida sobre os espaços urbanos de uso comum tanto quanto o uso e os fins a que se destinam as diversas sexualidades contemporâneas. Investiga também a intensa necessidade da Companhia Silenciosa de borrar os delineamentos precisos e especificistas entre os gêneros artísticos, levando a “cena teatral” para o material visual, para a intervenção urbana, para a manifestação política declarada, para a performance art, o grandiloquente intuito de conjuminar todas as possíveis mídias que estejam à mão para um grandioso evento cênico, mescla de congregação e confraternização das artes com o questionamento dos propósitos que tendem a separá-las em nichos.

 

 

* Photo by Alicia Roy

ANDAMENTOS ATÉ AQUI

12 jun

A experiência tirada da segunda passagem do ERRO Grupo por Curitiba para o SalsichãoTainha terá sido incrível e esclarecedora. As ações de ativação dos espaços (e possíveis mediações da presença humana através de tecnologias digitais contemporâneas de uso recorrente) cartografados em sua passagem anterior pela capital paranaense englobaram visitas a espaços teatrais oficiais da cidade, praças no centro da cidade e propostas cênicas que buscam problematizar as conexões entre espaços públicos e privados, interferências nos fluxos desses ambientes e propiciar a relação das diversas presenças sociais envolvidas e midiatizadas nesses fluxos. Em uma fria e ensolarada quarta-feira 8/06, a Companhia Silenciosa recebeu o grupo florianopolitano em dia de jogo, Coritiba (3) e Vasco (2), da primeira final da Copa do Brasil. O hotel previsto para a hospedagem (e futuramente para as ações artísticas conjuntas) do grupo estrangeiro havia sido completamente tomado por integrantes da torcida vascaína. Boquiabertos e realocados em outro hotel, dessa vez unicamente para fins sumários de hospedagem mesmo, o grupo aguarda o meio dia do dia seguinte, que é quando o hotel previsto teria seus quartos almejados livres para o ensaio e a confabulação de cúpula das ações. A Companhia Silenciosa entra em contato com o roteiro de ações proposto pelo grupo visitante, intitulado PORNOSUSPENSE. Aforismos relativistas à parte, as “atrizes” (para não citarmos suas outras qualidades, intrínsecas e extrínsecas) da Silenciosa gostam muito do papel de atrizes, tem satisfação e comprazimento naquilo. O ator da Silenciosa também atua como “produtor” (para não nos atermos em suas outras funções sociais ou titulações). Há entre nós o desejo do contato, estamos experimentando a convivência e absorvendo a tainha por algum canto onde a salsicha, agora, não poderá entrar. Sim, nós temos um gráfico de ações! Estamos em terras brasileiras, temos futebol por perto, temos torcidas enlouquecidas e muitas vezes xenófobas. Estamos diante do maior império teatral da cidade, o prédio do Centro Cultural Teatro Guaíra, que a tudo acompanha em silêncio sem nada poder oferecer; pedimos autorização para utilização do espaço para filmagens e parte das ações, que nos foi negada: trata-se, agora, de apenas um lindo teatro antigo e mal cuidado, outrora glamouroso, transformado em edifício de funcionarismo público contemporâneo. Na manhã da quinta-feira 9/06, rumamos todos para uma ação inusitada no Grande Auditório do Teatro Positivo, lugar gracioso, belo e meticulosamente construído para uma grandiosa cena teatral à grega. A equipe gerenciadora deste teatro — privado, vale lembrar — nos autorizou de imediato a utilização de seus espaços internos para a filmagem do vídeo pré-gravado componente do roteiro de PORNOSUSPENSE. Um palco, uma plateia dócil e inexistente, cortinados e veludos apropriados, um tango e uma punhetinha furtiva. Lá fora o frio racha as peles polacas da região. À tarde todos fazemos entrada nos quartos do hotel onde o grupo está hospedado, local de parte de nossas ações programadas para o dia seguinte. Temos contato com a exorbitante quantidade de fiações por onde obteremos energia para o funcionamento de nossa tecnologia, ainda não inteiramente dominada. Também recebemos mais instruções para o funcionamento dos nossos corpos dentro dessas ações, nossos corpos, porém, são de uma tecnologia um pouco mais dominada, talvez porque nos seja inerente, mas só talvez. Nossos roteiros trazem informações como “a verdade está do outro lado”, “o que está longe pode vir a ficar perto”, Cicciolina, pizza, flâmula italiana, áudios do Google Tradutor, cenas de banheiro, dança, higiene pessoal, público dentro de um dos quartos, gente dormindo, camareiras, projeção de imagens íntimas através da janela de outro dos quartos, pratos com leite, bondage, masturbações (intelectuais e físicas), boneca inflável na marquise, atrito físico, denúncias de vandalismo, invasões calculadas, fumaça espetaculosa, Humphrey Bogart, James Dean e, claro, um belo e acintoso salsichão local. Câmeras, computadores e sites de relacionamento social na internet mediam tudo, a tudo olham e a tudo gravam, parodiam tudo, extrapolam tudo e a tudo contem. O PORNOSUSPENSE, realizado com uma hora de atraso (a tecnologia humana também falha), às 19 horas da sexta-feira 10/06, aliviou nossa tensão. Tivemos, com ele, um meio de pôr para fora o tesão grupal recolhido, na primeira ação artística inédita e conjunta realizada entre ERRO Grupo e Companhia Silenciosa depois de oito anos de namoro e rusgas à distância. A gozada foi boa, porém.

No meio dia do sábado 11/06 seguinte, nós nos encontramos relaxados, participativos e opinativos para uma conversa muito esclarecedora dos rumos em questão nesse nosso intercâmbio sulista. Surgiram-nos questões chave como: teatro, performance art, teatro dramático e teatro pós-dramático, lugar de onde se vê, lugar de onde não se vê, reação física ativa do espectador, espetáculo, arte diluída no cotidiano, visibilidade X invisibilidade como posicionamento político, características das funções próprias dos atores, características das funções próprias dos performers, características das funções próprias dos atores/performers, características das funções próprias dos diretores, características das funções próprias dos produtores culturais, características das funções próprias da equipe técnica, características das funções próprias de quem mistura todas as funções anteriores, semelhanças e diferenças no funcionamento interno de ambos os coletivos, machismo, feminismo, sexismo, heterossexismo, gêneros (biológicos e artísticos), sexualidade, delimitação de fronteiras entre linguagens e a subsequente desaparição dessas delimitações fronteiriças. Nosso SalsichãoTainha está crescendo a olhos vistos!

Às 15 horas do mesmo sábado, o ERRO Grupo realizou uma explanação para a comunidade local interessada sobre os temas e as articulações artísticas trabalhados no coletivo desde seu surgimento até seu momento atual. A conversa, de caráter informal, contou ainda com a apresentação de vídeos (demonstração de trabalho) e distribuição de programas de ações artísticas anteriores e mostras dos modos de produção com os quais o grupo trabalha e se relaciona. A Companhia Silenciosa está silenciosa, absorvente, e se prepara para sua próxima passagem pela capital do Estado de Santa Catarina no final da segunda metade do mês de julho próximo, quando realizará seu quinhão das ações artísticas previstas por este projeto. De minha parte (aqui anônima e subversiva) posso dizer que já estamos sentindo falta dessas coisas de que, em tão pouco tempo, somos capazes juntos. Quem viver verá!

Presença Animal.

24 maio

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Saída pela Loja de Presentes!

28 abr

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8 abr

Malandro é malandro, mané é mané!

29 mar

Animal Humano e Máquina: Qual presença persevera?

12 mar

Ora, se para Miss Haraway “um ciborgue é um organismo cibernético, um híbrido de máquina e organismo, uma criatura de realidade social e também uma criatura de ficção. Realidade social significa relações sociais vividas, significa nossa construção política mais importante, significa uma ficção capaz de mudar o mundo. Os movimentos internacionais de mulheres tem construído aquilo que se pode chamar de “experiência das mulheres”. Essa experiência é tanto uma ficção quanto um fato do tipo mais crucial, mais político. A libertação depende da construção da cons­ciência da opressão, depende de sua imaginativa apreensão e, portanto, da consciência e da apreensão da possibilidade. O ciborgue é uma matéria de ficção e também de experiência vivida ‑ uma experiência que muda aquilo que conta como experiência feminina no final do século XX. Trata‑se de uma luta de vida e morte, mas a fronteira entre a ficção científica e a realidade social é uma ilusão ótica”, não será mero salsichão – entreposto masculino para a gastronomia turística do lírico devir – a suplantar a presença da tainha e de demais peixes do sul imbuídos  de carga dramática feminina, mas, por outro lado, o que é o feminino se não pura mediação da presença? Masculina, a presença? Universal? Universalizante? Quem engloba o discurso? De onde e a qual tempo se refere? A máquina é masculina? A terra, adubável e revirável, o feminino perdido nas fiações desaparecidas de um qualquer sistema wireless? Ainda não havíamos falado do feminino aqui. Pois a hora é chegada, e irreversível. Nossa tecnologia ultrapassa o fornecimento específico de buracos de diversos tamanhos onde algumas ideias são plugadas e reprocessadas, como criaturas do mundo pós-gênero que somos. Ciborgues porque toda natureza é a um só tempo enfadonha e artificial, e nós amamos a naturalidade das coisas com nosso teatro urbano e social.

Impressões do outro perto do mar

31 jan

O monstro da tecnologia falha

estamos na praia, o teatro aqui é ancestral em suas cortinas d’água

o roteiro hospitaleiro

a linguiça, assim, toda sem trema, aqui é pouca

o peixe pula em nossa boca

a relação é presencial

Se a presença é mais física que virtual?

toda presença é cartesianamente anatômica e tecnológica

Se essa lógica é incompreensível?

Curitiba poderia ser feliz na praia, toda velha e respinguenta

a família agora é outra, móvel, ambulante e confusa

a visão difusa da preparação da ova, linguiça louca de farofa frita,

aqui a tainha é bendita.

Technesexual -> Salsichões e Tainhas eletrônicos, multiespaciais e plurissexuais!

19 jan

<p><a href=”http://vimeo.com/7240418″>technesexual // Montreal // Elle Mehrmand and Micha Cárdenas</a> from <a href=”http://vimeo.com/azdelslade”>azdel slade</a> on <a href=”http://vimeo.com”>Vimeo</a&gt;.</p>